Josefa de Óbidos, nascida Josefa de Ayala Figueira (Sevilha, Fevereiro de 1630 — Óbidos, 22 de Julho de 1684), foi uma pintora nascida na Espanha que viveu e produziu em Portugal.
Era filha de Baltazar Gomes Figueira, pintor português natural de Óbidos, com obra em Évora, que fora trabalhar em Sevilha, onde veio a desposar D. Catarina de Ayala Camacho Cabrera Romero, natural da Andaluzia. Foi apadrinhada pelo pintor, Espanhol, Francisco Herrera, El Viejo
Em 1634, quando tinha apenas quatro anos de idade, os pais de Josefa regressam a Portugal, onde vieram a se estabelecer na Quinta da Chapeleira, em Óbidos, quando a menina já tinha seis anos de idade. Ali a menina se educou, manifestando desde cedo, vocação para a pintura e para a gravura em metal, em lâminas de cobre e prata, num género denominado como pontinho.
Foi especialista na pintura de flores, frutas e objectos inanimados. A influência exercida pelo barroco tornaram-na uma artista com interesses diversificados, tendo-se dedicado, além da pintura, à estampa, à gravura, à modelagem do barro, ao desenho de figurinos, de tecidos, de acessórios vários e a arranjos florais.
Em 1653, aos 19 anos de idade, fez a gravura da edição dos Estatutos de Coimbra. Trabalhou em seguida como pintora para diversos conventos e igrejas. Na Capela do Noviciado do Convento de Varatojo havia uma excelente Nossa Senhora das Dores e, no coro, um Menino Jesus, quadros que lhe são atribuídos. Havia quadros seus no Mosteiro de Alcobaça, no Mosteiro da Batalha, em Vale Bem-Feito no Mosteiro de São Jerónimo, em Évora, onde existe um Cordeiro engrinaldado de flores, que passa por ser um dos seus melhores trabalhos.
Como retratista da Família Real Portuguesa, destacam-se os seus retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Sabóia, esposa de D. Pedro II, e de sua filha, a princesa D. Isabel, que foi noiva de Vítor Amadeu, duque de Sabóia, a quem esse retrato foi enviado.
A Academia de Belas Artes também possui um quadro de Josefa de Óbidos.
Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, a sua reputação que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se desviavam de seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la.
O seu irmão Barnabé de Ayalla também foi pintor.
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