terça-feira, 12 de novembro de 2013

O LAPIDÁRIO de MARBODE de RENNES, (Marbod, Marbodus ou Merboldus)

Teólogo beneditino que nasceu em Angers na França, no ano de 1035 e viveu até 1123.
Escreveu o famoso tratado sobre as virtudes e propriedades terapêuticas das pedras preciosas
ou gemas " LIBER LAPIDUM ", um importante lapidário hexamétrico em latim,
conhecido sob o nome de Lapidibus (ou Liber lapidibus), que possui mais de 125 manuscritos
e que foi traduzido em hebreu, francês, dinamarquês, espanhol, inglês, irlandês, italiano...
De Lapidibus compreende um prólogo, 60 estrofes consagradas cada uma à uma pedra e um épilogo
em o qual Marbode, constatando que o seu livro não se refere unicamente às gemas, propõe
o termo Lapidum para designar o seu tratado (Propter quod Lapidum titulo liber iste notatur).
Este lapidário é largamente inspirado das obras de Theophrastos e de Dioscoride.
O Papa Urbano II (1088 -1099) nomeia-o Bispo de Rennes. Tendo uma vida bastante agitada
durante a sua juventude Marbode terá, a partir da sua chegada a Rennes, uma conduta sem censura
e conforme com as suas funções. Nomeado administrador da diocese de Angers em 1109,
Marbode, se retira aos 88 anos, ao mosteiro Santo Aubin em Angers, onde morre pouco tempo após.
Os escritos de Marbode foram publicados pela primeira vez em 1524 em Rennes e reeditados por Beaugendre em Paris no ano de 1708, escreveu sobre a vida de diversos santos e também  escreveu hinos e poemas, a mais conhecida das suas obras, o Lapidário (Liber Lapidum), este termo 
designando os tratados consagrados às propriedades e às virtudes das pedras preciosas.
A Biblioteca de Geociências da Universidade de Rennes possui uma cópia de uma tradução do lapidário de Marbode.
Com o tempo, o valor atribuído às gemas evoluiu pouco a pouco e, para além das virtudes que se têm sido atribuído  muito cedo pelos povos orientais, têm adquiridos, pouco a pouco, um significado simbólico muito forte e foram utilizadas cada vez mais em campos diversos tais como a medicina. 
É assim por exemplo que, de acordo com o Êxodo, em Hebreus o peitoral do Grande Pontifice
comportava doze gemas diferentes representando cada uma as doze tribos de Israel.
As virtudes das pedras foram desde muito cedo transmitidas por escrito,
mas são os escritos de Marbode de Rennes, deste teólogo francês (1035-1123) que permaneceram mais famosos.
Exemplo:
* a ágata é boa para a vista;
* o jaspe é soberano contra febre;
* a safira rejuvenesce o corpo, tranquiliza as almas receosas e alivia as cóleras do céu;
* a esmeralda é útil aos advogados e torna a razão insensatos;
*o berilo é utilizado contra perturbações do fígado e para evitar rompantes intempestivos;
* a ametista evita a ebriedade,
enfim uma inúmera quantidade de propriedades catalogadas por Marbode.

Nenhum comentário:

Postar um comentário