Estas imagens, estas ilustrações, estas visões, estes sonhos de Kay Nielsen são-nos, a um tempo, suaves como um afago e perturbantes como um calafrio.
Há nelas como que uma fresta que acede a um âmbito outro, a outras dimensões do real.
Insituável, pois perpassa toda e cada uma destas maravilhas de ver, esse campo de imaginário e de surreal, de sonho e de supra-real, é o que precisamente incomoda e fascina.
Desde a proporção escolhida, esguia, lembrando certas catedrais góticas que mais parecem "foguetões" arquitectónicos, até ao jogo de linhas que organizam a correlação entre as figuras e os elementos envolventes, passando pela gama cromática escolhida em cada uma - tudo isso contribui para o efeito multivário, mas impactante em extremo.
Cada imagem é um pequeno universo, a “ler”, a decifrar e de novo cifrar, de acordo com estranheza ou a delícia dos nossos sentidos e sentir.
O espantoso é que a conjugação dos elementos vários, que aqui convivem, nos transporta para um sempre novo mundo que nos descontrói e destrói a pobre realidade do nosso "real", e nos oferece, surpresos, a mais suprema realidade de todo "i-Real".
Como sempre, é na linha insituável, quiçá inexistente, entre o "lá" e o "cá" no espelho, e no espelhamento, que reside isso que somos: um tudo nada, e um nada que é tudo.
Estas imagens, estas ilustrações, estas visões, estes sonhos de Kay Nielsen são-nos, a um tempo, suaves como um afago e perturbantes como um calafrio.
ResponderExcluirHá nelas como que uma fresta que acede a um âmbito outro, a outras dimensões do real.
Insituável, pois perpassa toda e cada uma destas maravilhas de ver, esse campo de imaginário e de surreal, de sonho e de supra-real, é o que precisamente incomoda e fascina.
Desde a proporção escolhida, esguia, lembrando certas catedrais góticas que mais parecem "foguetões" arquitectónicos, até ao jogo de linhas que organizam a correlação entre as figuras e os elementos envolventes, passando pela gama cromática escolhida em cada uma - tudo isso contribui para o efeito multivário, mas impactante em extremo.
Cada imagem é um pequeno universo, a “ler”, a decifrar e de novo cifrar, de acordo com estranheza ou a delícia dos nossos sentidos e sentir.
O espantoso é que a conjugação dos elementos vários, que aqui convivem, nos transporta para um sempre novo mundo que nos descontrói e destrói a pobre realidade do nosso "real", e nos oferece, surpresos, a mais suprema realidade de todo "i-Real".
Como sempre, é na linha insituável, quiçá inexistente, entre o "lá" e o "cá" no espelho, e no espelhamento, que reside isso que somos: um tudo nada, e um nada que é tudo.